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Milton Neves

Armando Nogueira dizia que jornalista esportivo deveria torcer por seu time

Milton Neves

29/03/2021 06h00

Armando Nogueira e Milton Neves em 2000, em Joinville (SC). Atrás, à esquerda, o ex-velejador Lars Grael. Foto: Portal Terceiro Tempo

Há exatos 11 anos, em 29 de março de 2010, vítima de câncer, morria Armando Nogueira, um dos melhores textos da crônica esportiva brasileira. Ele estava com 83 anos.

Brilhante, entre tantas frases que cunhou, uma que costumo lembrar em minhas "trocentas" tribunas:

'Jornalista esportivo que não torce por seu time está em profissão errada. Deveria ser setorista de ensaio de ópera', me disse o saudoso botafoguense Armando Nogueira durante a Copa de 90, na Itália, em entrevista que fiz com ele no lobby do Hotel Polo, em Roma.

Advogado de formação, mas apaixonado por jornalismo, Armando Nogueira passou por algumas redações, como o "Diário Carioca", antes de aportar na Rede Globo em 1966, onde permaneceu até o começo de 1990.

Na emissora carioca foi o responsável por implantar o jornalismo em rede nacional, que teve como principal marco o "Jornal Nacional", em 1969.

Suas crônicas notabilizaram-se pela veia poética, indo muito além do que se via objetivamente em uma partida de futebol ou qualquer outra modalidade esportiva.

Cobriu 15 copas do mundo e sete olimpíadas, o que lhe forneceu material suficiente para a publicação de diversos livros, entres eles "Drama e Glória dos Bicampeões", em parceria com Araújo Neto.

Acreano de Xapuri, onde nasceu em 14 de janeiro de 1927, Armando Nogueira foi comentarista do Cartão Verde (TV Cultura-SP) entre 1992 e 1993 e da Band entre 1994 e 1999, período em que dividiu a mesa do debate futebolístico com Tostão, Rivellino, Júlio Mazzei e Silvio Luiz, entre outros, sob a batuta de Luciano do Valle, momento épico do jornalismo esportivo brasileiro na televisão.

Depois da Band trabalhou no SporTV, entre 1995 e 2007 e, paralelamente, escrevia uma coluna que era reproduzida em mais de 60 jornais brasileiros.

Para Armando Nogueira, o jornalista esportivo não só poderia como deveria torcer por um time de coração, e também pela seleção brasileira.

E você, amigo (a), o que acha?

Eu, por exemplo, mantenho incógnita minha preferência… rsrsrs.

OPINE!

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Este foi o hotel em que várias equipes de rádio e TV se hospedaram na Copa de 90. No lobby do Hotel Polo, em Roma, Milton Neves entrevistou o genial Armando Nogueira, que lhe disse que jornalista esportivo não só pode como deve ter um time de futebol de coração e torcer pela Seleção Brasileira. "Jornalista que não torce por seu time está em profissão errada. Deveria ser setorista de ensaio de ópera", avaliou Armando

Da esquerda para a direita: Telmo Zanini, Paulo César Vasconcellos, Armando Nogueira, Renata Cordeiro, Luiz Fernando. Foto: site de Renata Cordeiro

 

Acima, veja o time formado pelos jornalistas brasileiros na Copa do México, em 1970. Em pé: Antônio "Tim" Teixeira, Hideki Takizawa, Januário de Oliveira, José Trajano, Vital Battaglia e Juarez Soares. Agachados: Ademir de Menezes, Armando Nogueira, Guilherme Cunha, Dácio de Almeida e Sérgio Leitão

 

 

Da esquerda para a direita: Zagallo, Armando Nogueira, Garrincha, o fotógrafo João Piedade (de Três Pontas-MG, pai de Fábio Zambeli, fiel internauta de Milton Neves) e Didi. Em 1958, os cariocas foram ao sul de Minas, jogaram contra a Machadense e venceram a partida por 7 a 1. Emocionaram o barranco lotado do pequeno estádio de Machado-MG, as pernas finas e as meias enroladas de Zagallo, a camisa desbotada e as pernas tortas de Mané, o gramado pífio, o esparadrapo no joelho de Didi e os dois famosos jornalistas, tão jovens com suas máquinas fotográficas a tiracolo

 

Armando Nogueira (à direita) foi padrinho de formatura da turma de Comunicação Social da PUC-RS, em 1975. O estudante na foto é o jornalista Lino Tavares.

 

Armando Nogueira é homenageado pelo Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho e pelo Ministro das Telecomunicações, Hélio Costa, em 2009.

 

O saudoso Armando Nogueira, já debilitado, na sala de imprensa do Maracanã.

 

O Rei Pelé e o mestre Armando Nogueira, no museu do futebol, São Paulo. Dois gênios em suas respectivas áreas.

 

Na sala de imprensa Armando Nogueira, em General Severiano, o narrador José Carlos Araújo, o Garotinho, ao lado do mestre.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Da esquerda para a direita: Armando Nogueira, Milton Neves e Carlos Melles.

 

Da esquerda para a direita: Renan, Lars Grael, Armando Nogueira, Esperidião Amin, Milton Neves, Carlos Melles, o nadador Fernando Scherer (o Xuxa) e o representante do então prefeito de Joinville, Luiz Henrique da Silveira, que depois seria governador do estado de Santa Catarina.

 

Armando e Milton (dir) atentos aos homenageados da noite.

 

Armando Nogueira, Milton Neves e o Deputado Carlos Melles (então Ministro dos Esportes), em 2000, no troféu "O Jornaleiro", em Joinville (SC). Abaixo, mais fotos do poeta Armando Nogueira no evento.

 

Armando Nogueira e Milton Neves, em 2000, na linda Joinville. Atrás, o excelente Lars Grael.

 

Em 1992, na abertura dos Jogos Olímpicos de Barcelona: Luciano do Valle, Alvaro José e Armando Nogueira. Foto: Reprodução Instagram/Alvaro José

 

Armando Nogueira e Kitty Balieiro durante a Copa da Itália, em 1990. Foto: Reprodução

 

Renata Cordeiro e Armando Nogueira na década de 90. Foto: arquivo pessoal de Renata Cordeiro

 

Em 1958 e em 2009

 

Em 2009, um ano antes de sua morte. Foto: Divulgação

 

Em uma mesa redonda para falar de Olimpíadas, grandes jornalistas se reuniram: da esquerda para a direita, Edvar Simões, Paulo Russo, Armando Nogueira, Luciano do Valle, Silvio Luiz e Rui Viotti

 

Da esquerda para a direita, Carlos Alberto Kirmayr, Luciano do Valle e Armando Nogueira

 

Estúdio da Rede Bandeirantes, na Copa do Mundo de 1994, em Dallas. Programa Apito Final. Da esquerda para a direita, Armando Nogueira, Júlio Mazzei, Mário Sérgio, Luciano do Valle, Rivellino, Tostão e Silvio Luiz. Foto enviada por Tatá Muniz

 

Sobre o autor

Milton Neves é jornalista profissional diplomado, publicitário, empresário, apresentador esportivo de rádio e TV, pioneiro em site esportivo no Brasil, 1º âncora esportivo de mídia eletrônica do país, palestrante gratuito de Faculdades e Universidades, escrivão de polícia aposentado em classe especial, pecuarista, cafeicultor e é empresário também no ramo imobiliário.