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Milton Neves

Vampirismo assusta patrocinadores de clubes e gera desemprego nos veículos

Milton Neves

29/01/2021 17h05

Em dezembro de 2013 estive em Istambul e vi o "buraco" onde estava sendo erguido o novo estádio do Besiktas. E o "buraco" já era patrocinado pela Vodafone. Enquanto isso, o Itaquerão, totalmente concluído, namorou, noivou e só se casou com a Neo Química em 2020, seis anos após sua inauguração. Ps: o buraco acima virou o monumental estádio do Besiktas quase dois anos depois

Minha gente, todos nós metemos o pau merecidamente no Corinthians por ter demorado "20 séculos", por lerdeza e incompetência, para vender o naming rights de seu então Itaquerão.

E mesmo com o monumental apelo da abertura lá "só" do pontapé inicial da Copa de 2014.

Pois bem, trocentos anos depois pintou a robusta Neo Química, que nunca vi mais gorda, infelizmente.

E o que aconteceu?

Ao invés de aplausos pelo fato de o clube finalmente ter entrado no mercado profissional da publicidade, viu-se acontecer o contrário.

Uma perseguição atroz na captura da vida da empresa Neo Química e da vida do dono.

E descobriram alguns processos trabalhistas.

Aliás, qual empresa não teve, tem ou terá?

Só uma zebra sem listra.

E mais, a empresa e a vida do "Seo Júnior", que não conheço, viraram alvo de uma espécie de "Lava-Jato" na condução de Sérgio Moro, o grande juiz que perdemos.

E verificou-se também o número do pé do sapato do dono, se o carro dele tinha multas, se ele tomou "bomba" no colégio alguma vez, se ele entendia de futebol e se ele gostava de sorvete de creme ou de chocolate.

Ora, claro que estou sendo hiperbólico ou exagerado, mas nisso tudo temos uma verdade, a moral da história: muita empresa morre de medo da exposição no futebol mesmo sem nada dever.

E eu, por ser atuante há mais de 30 anos no mercado financeiro de empresas nacionais e internacionais, para desespero e profunda inveja de miúdos e perversos, há tempos ouço de executivos: "Não quero, não! Estamos bem no mercado, quietinhos, e não é seguro patrocinar estádios, clubes ou veículos de comunicação esportiva porque qualquer patrocínio grande provoca obsessiva e violenta investigação desde meu bisavô até aqui na atual diretoria".

E eles têm razão, né, Crefisa?

Né, Neo Química?

Né, Parmalat?

É claro que se a empresa é picareta comprovada, aí sim, pau nela!

Agora, quem usa picareta só pela maldade, plantando austeridade para colher facilidade, vai ver nascer seu futuro buraco aberto por sua própria ferramenta de uso.

Gente, vamos receber de braços abertos todos os investidores nacionais ou multinacionais para nossos clubes até prova irrefutável de que a companhia seja uma bela casa erguida num pântano.

E sabem o motivo de eu defender a publicidade dos clubes, dos estádios e dos veículos de comunicação?

Para mim não precisa mais desde os anos 90.

É porque com a ausência dela, a publicidade, como ocorre agora com a pandemia – que só está começando -, temos centenas e centenas de profissionais da imprensa desempregados porque "o olho da rua piscou para eles".

Lamentável!

E saibam que, com meu furo jornalístico aqui no UOL, sobre a compra pela pequena TV Walter Abrahão dos direitos de transmissão exclusiva de 56 jogos das Eliminatórias da Copa-2022, recebi trocentos recados por vários meios.

Teve gente que ligou, que mandou WhatsApp, mensagem pelo Twitter, pelo Facebook ou mesmo me procurou pessoalmente em meu escritório nesta semana.

Sabe quantos?

161!

E conheço bem quase a metade das pessoas que me acessaram.

Foram jornalistas, operadores, iluminadores, chefes de redação, repórteres, narradores, pauteiros e comentaristas.

E por que eu?

Sim, minha nota foi exclusividade do meu Blog no UOL e depois em minhas rádios.

Primeiro porque nas redes sociais surgiram "teses" absurdas tipo: "O Lulinha recomprou a TV Play, hoje TV WA".

Ou "a TV WA é do Milton Neves" (oxalá "sesse", denilsamente falando).

Mas fui o primeiro mesmo a saber porque o Walter Abrahão Filho me ligou com o convite para que eu fosse o diretor central da TV dele.

Expliquei que estou jogando no Morumbi, no Estádio João Jorge Saad, meu último estádio de uma carreira maravilhosa, vencedora e invejada por miúdos e fracassados.

Não me interessei, claro, mas quando ele falou dos 56 jogos das Eliminatórias pintou na hora o meu consagrado "contou para mim eu conto mesmo!".

Foi o furo da semana, o que provocou até em uma nova figura de urubus: "O Patrulhamento do Furo".

Tem de tudo agora na especialidade "vida alheia", na visão de quem tem vida sofrida.

Vamos relaxar, gente do meio, e comemorar!

Porque se estiver tudo mesmo com pagamento à vista pelos direitos dos 56 jogos, muitos jornalistas, como os velhos amigos Marcio Moron e Leandro Quesada, terão muitas companhias.

Até do Milton Neves, nunca desempregado ou mandado embora, isso em caso da oficialização da parceria Band-WA.

Aí ocorreria uma forte união do melhor DNA esportivo da televisão aberta e a TV WA, a agradável zebra em plena Era da Pandemia.

Que outras novidades desse naipe apareçam para o bem do meio esportivo, expurgando quem aposta no "quanto pior, melhor".

E dando ainda um cacete em hipócritas que perseguem os patrocinadores e nos que plantam austeridade para colher facilidade.

Emprego já, moçada!

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Sobre o autor

Milton Neves é jornalista profissional diplomado, publicitário, empresário, apresentador esportivo de rádio e TV, pioneiro em site esportivo no Brasil, 1º âncora esportivo de mídia eletrônica do país, palestrante gratuito de Faculdades e Universidades, escrivão de polícia aposentado em classe especial, pecuarista, cafeicultor e é empresário também no ramo imobiliário.