O VAR está apagando com gasolina o fogo do debate sobre o apito
Antigamente era muito difícil cravar um erro de arbitragem.
Afinal, muitos jogos não eram televisionados e, mesmo quando tínhamos a imagem, a mesma era muito ruim, embaçada e afastada.
Dos anos 90 para cá, a situação mudou bastante.
Com as imagens cada vez mais nítidas, a imprensa e os próprios torcedores passaram a cobrar que a tecnologia jogasse no mesmo time da arbitragem.
E esse casamento, aqui no Brasil, aconteceu e "pegou no breu" mesmo no final desta década, com a implementação do VAR na Série A do Brasileirão.
Mas, a ferramenta que chegou para "apagar", só está conseguindo colocar ainda mais lenha na fogueira da discussão sobre a arbitragem no futebol brasileiro.
Tanto que sinto que nunca discutimos tanto o apito quanto agora.
Por exemplo, nesta rodada do Brasileirão, que tem início neste sábado, eu nem imagino qual jogador será o destaque.
Mas sei que, após as partidas, todos os programas esportivos terão que discutir os polêmicos lances analisados pelo assistente de vídeo.
O VAR deixou os jogadores e até mesmo a bola para trás e se tornou protagonista do esporte bretão.
E sinto que isso acontece pelo fato de o pessoal que comanda a ferramenta ter muita vontade de aparecer.
Lances que ninguém consegue enxergar são validados ou anulados com a desculpa de que "o software captou".
Ora, gente, se o olho humano não captou, significa que a jogada é no mínimo duvidosa.
E, na dúvida, a partida precisa seguir sempre pró-ataque ou pró-gol, a alma do futebol.
Portanto, vejo que já passou da hora de o protocolo atual do VAR ser revisado.
Caso contrário, aqueles que fazem campanha anti-tecnologia no esporte acabarão vencendo e perderemos esta fundamental ferramenta no futebol.
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