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Milton Neves

'Outro Patamar', 'Soberano'... No Brasil, times soberbos morrem pela boca

Milton Neves

14/08/2020 04h00

Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Ah, como o mundo da bola dá voltas e mais voltas.

Principalmente aqui no Brasil.

Digo isso porque dificilmente temos algum time dominando por um longo período o nosso esporte bretão (exceção feita ao maravilhoso Santos de Pelé nos anos 60).

Enquanto em outros países, como Espanha, Itália, Argentina, Alemanha, Portugal, entre tantos outros exemplos, vemos um ou dois times "papando" tudo quanto é taça todos os anos.

Algumas equipes brasileiras até chegaram a ensaiar um domínio, como o São Paulo, no início do século.

E tudo sempre dava tão certo ao então organizadíssimo Tricolor que realmente a sensação era de que seria impossível o time do Morumbi passar um ano sem títulos.

Aí, coincidência ou não, alguém teve a brilhante ideia de criar o apelido de "Soberano" para o São Paulo.

Desde então, o Tricolor está mesmo "Soberano".

"Só beirando" o título do Brasileirão, "só beirando" o título do Paulistão, "Só beirando" o título da Copa do Brasil…

Agora, nos últimos meses, a sensação era de que o Flamengo estava para começar um grande domínio em nosso futebol.

E, claro, os flamenguistas, assim como os confiantes são-paulinos de outrora,  encheram o saco dos rivais com um papinho de "o Fla não tem rival no Brasil", "o Mengão deveria jogar a Liga dos Campeões da Europa", "o Rubro-Negro sozinho é maior do que os outros três grandes do Rio"…

Além do mala bordão que dizia que o Rubro-Negro estava em "outro patamar".

Ah, meus amigos, aí bastou Jorge Jesus picar a mula de volta para Portugal para a equipe carioca perder o rumo de casa.

Afinal, Domènec Torrent, o "Murtosa de Guardiola", não tem brevê para pilotar esse moderno Boeing que é o time do Flamengo.

E o 3 a 0 do Atlético-GO era a ventania que faltava para desmoronar a casa do Mengão.

Mengão que agora, realmente, está em outro patamar.

O patamar da lanterna.

Não tem jeito, meus amigos.

No Brasil, time soberbo sempre morre pela boca.

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Sobre o autor

Milton Neves é jornalista profissional diplomado, publicitário, empresário, apresentador esportivo de rádio e TV, pioneiro em site esportivo no Brasil, 1º âncora esportivo de mídia eletrônica do país, palestrante gratuito de Faculdades e Universidades, escrivão de polícia aposentado em classe especial, pecuarista, cafeicultor e é empresário também no ramo imobiliário.