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Milton Neves

Qual o dia em que o "Apito Amigo" mais te deixou com raiva?

Milton Neves

17/12/2019 04h00

Tinga é derrubado por Fábio Costa. Márcio Rezende de Freitas (só ele) não viu… E ainda expulsou o jogador colorado… Foto: Keiny Andrade/Folha Imagem

Todos nós temos uma história de revolta contra algum "homem do apito".

Abaixo, selecionei alguns árbitros em lances pra lá de polêmicos, nem todos em decisões de campeonatos, mas em jogos muito importantes, cruciais.

Márcio Rezende de Freitas lidera meu ranking negativo…

Relembro três "barbeiragens" absurdas dele, em 1995, 1999 e 2005.

Além de Márcio Rezende de Freitas, outros nomes famosos do apito também estão na minha listinha: Armando Marques, José Roberto Wright, José de Assis Aragão, Carlos Eugênio Simon e Javier Castrilli.

Márcio Rezende de Freitas

Ele será sempre lembrado por santistas, atleticanos colorados…

Em 1995…

Na decisão do Brasileirão de 1995, entre Santos e Botafogo, no Pacaembu, Márcio Rezende foi o protagonista de um festival de lambanças…

Ele validou um gol de Túlio para o time carioca em impedimento, outro para o Peixe em lance em que Capixaba ajeitou a bola com a mão e, por fim, anulou gol legítimo de Camanducaia que poderia dar a taça ao time paulista, alegando impedimento.

O santista, porém, estava em posição legal. Leandro Ávila dava plena condição de jogo ao atacante do Peixe.

O jogo terminou empatado em 1 a 1 e o Botafogo foi o campeão. A primeira partida foi vencida pelo time carioca por 2 a 1, no Maracanã.

A decisão do Campeonato Brasileiro de 1995 entre Santos e Botafogo no Pacaembu, recheada de lambanças da arbitragem. Foto: Divulgação

Em 1999…

Na decisão do Campeonato Brasileiro de 1999, no segundo jogo entre Corinthians e Atlético-MG, um pênalti claro poderia mudar a história da partida.

O jogo estava empatado (0 a 0) quando aos 27 minutos da primeira etapa o lateral-direito Indio colocou a mão na bola, enquanto estava caído no chão.

Márcio Rezende mandou o jogo seguir e, no lance seguinte o Timão abriu o placar com Luizão. O mesmo Luizão marcou o segundo e deu números finais ao placar.

Na partida seguinte, 0 a 0 em São Paulo e o Corinthians levantou o caneco. A primeira partida teve vitória mineira por 3 a 2.

Em 2005…

No Pacaembu, pelo Brasileirão de 2005, Tinga foi claramente derrubado pelo goleiro Fábio Costa, no confronto entre alvinegros e colorados.

Além de não marcar a clara infração, Márcio Rezende ainda expulsou Tinga…

Márcio Rezende de Freitas. Péssimas lembranças do árbitro para santistas, atleticanos e colorados (pelo jogo contra o Corinthians em 2005, na imagem). Foto: Reprodução

Armando Marques

Paulista de 1971

O São Paulo liderava o Paulistão de 1971 com 34 pontos, um a mais que o Palmeiras, e precisava apenas de um empate para sagrar-se campeão.

Toninho Guerreiro, centroavante tricolor, abriu o placar no primeiro tempo, o que deu mais tranquilidade à equipe do Morumbi, então treinada por Oswaldo Brandão.

Tudo certo, gol normal de Toninho Guerreiro, mas o Palmeiras foi buscar o empate na etapa final e, com o gol, certamente reacenderia as esperanças esmeraldinas para uma virada.

Eurico, lateral-direito do Palmeiras, cruzou a bola e Leivinha escorou de cabeça, da entrada da pequena área, inapelável para Sérgio Valentim. Porém, apesar da clara cabeçada do camisa 8 alviverde, Armando Marques alegou que o toque havia sido de mão e anulou o tento da equipe dirigida por Mario Travaglini.

Dulcídio Wanderley Bosquilia, bandeirinha daquela partida, correu para o centro do gramado confirmando o gol, mas Armando Marques foi irredutível e manteve sua decisão. Dulcídio, após o término da partida, confirmou que o gol foi legal, o que irritou profundamente Armando Marques, que o chamou de desleal.

Leivinha se apruma para o cabeceio. Só Armando Marques viu toque de mão do camisa 8 alviverde na final do Paulista de 1971… Foto: Reprodução

Paulista de 1973

O saudoso árbitro carioca não soube contar até cinco na decisão por pênaltis entre Santos e Portuguesa de Desportos no Morumbi…

Depois do 0 a 0 no tempo regulamentar, Armando Marques deu por encerrada a disputa quando ainda restavam mais duas cobranças, e a Portuguesa, que estava em desvantagem, poderia empatar.

Constatado o erro, Armando Marques chamou as equipes de volta ao gramado, mas o time luso não estava mais no estádio.

No dia seguinte, a Federação Paulista de Futebol decretou o título dividido entre Santos e Portuguesa.

Armando Marques coloca um ponto final na decisão por pênaltis do Paulista de 73. Mas a Lusa ainda poderia empatar com o Santos. Foto: Divulgação

José Roberto Wright

Libertadores de 1981

Não foi uma decisão de campeonato, mas um jogo que valia como tal.

Flamengo e Atlético-MG se enfrentaram em Goiânia pela Libertadores de 1981.

Houve a necessidade de um jogo extra, em campo neutro, para que o campeão do grupo fosse definido.

Reinado fez uma falta normal em Zico, logo no começo da partida.

Wright o expulsou em que no máximo caberia um cartão amarelo.

O mesmo se repetiu com Éder, ainda na primeira etapa.

Mesmo com 9 jogadores em campo, o Galo resistia, mas aí veio o "tiro de misericórdia" e Palhinha e Chicão também foram expulsos…

O Mengo, claro, se classificou, faturou a Libertadores e o Mundial de Clubes daquele ano…

Na imagem da WebGalo, Éder, Chicão e Cerezo estão incrédulos e revoltados com Wrigth

Carioca de 1985

Bangu e Fluminense disputaram a final do Carioca de 1985 em grande estilo.

O Flu havia conquistado o Brasileiro de 1984 e o Bangu o vice de 1985.

O Bangu jogava pelo empate e sentiu o gostinho do título quando abriu o placar com o ponta Marinho, no primeiro tempo.

O Flu virou com Romerito e Paulinho, na etapa final.

Aí, aconteceu a polêmica, mais uma para o currículo de José Roberto Wright, que não marcou pênalti claro de Vica em Cláudio Adão.

O árbitro alegou que já havia encerrado a partida no momento do lance do pênalti, que ele admitiu ter acontecido.

Porém, como já havia apitado o término, título para o Flu e tristeza para o time de Moça Bonita.

Claudio Adão foi agarrado por Vica claramente. Foto: Reprodução

José de Assis Aragão

Na final do Brasileiro de 1980 entre Flamengo e Atlético-MG no Maracanã, Reinaldo foi expulso por reclamar da marcação de um impedimento.

O atacante do time mineiro nem estava impedido e Aragão o mandou mais cedo para o chuveiro…

O jogo estava empatado em 2 a 2, resultado que garantia o titulo para o Galo.

O Fla fez o terceiro e levantou o caneco, para revolta dos atleticanos.

José de Assis Aragão também deixou atleticanos furiosos… Foto: Reprodução

Carlos Eugênio Simon

Copa do Brasil de 2002

Corinthians e Brasiliense empatavam em 1 a 1 na primeira partida da decisão da Copa do Brasil de 2002, no Morumbi.

O lance polêmico aconteceu quando o atacante corintiano Gil parte em direção ao ataque e com um chute derruba o defensor do Brasiliense.

Simon não marca a infração, Gil entra pela grande área, rola para Deivid, autor do primeiro gol, que finaliza para o segundo tento alvinegro.

Na partida da volta, em Brasília, empate em 1 a 1 que garantiu o título do Corinthians.

Brasileiro de 2009

O bom árbitro gaúcho errou feio ao anular gol legal de Obina (Palmeiras) contra o Fluminense na reta final do Campeonato Brasileiro de 2009.

Simon alegou que Obina puxou o defensor do Flu antes do cabeceio.

O time carioca acabou vencendo o jogo por 1 a 0, gol de Fred naquele ano em que o campeão foi o Flamengo.

O Palmeiras terminou em quinto lugar, cinco pontos atrás do Rubro-Negro.

Carlos Eugênio Simon falhou em 2002 e 2009, prejudicando Brasiliense e Palmeiras, respectivamente. Foto: Reprodução

Javier Castrilli

Paulista de 1998

No segundo jogo da semifinal do Paulistão de 1998 a Federação Paulista de Futebol trouxe o argentino Javier Castrilli para apitar o jogo entre Corinthians e Portuguesa, no Morumbi.

A primeira partida terminou em 1 a 1 e a Lusa precisava vencer, pois o Timão tinha melhor campanha e jogava por dois empates.

A Lusa saiu na frente com Ailton.

Castrilli viu pênalti de Evair em Cris, um lance muito discutível, aliás.

Marcelinho Carioca deixou tudo igual mas a Lusa voltou a comandar o placar, gol de Da Silva.

O time do Canindé caminhava para passar à final mas Castrilli viu uma infração ainda mais polêmica, toque de mão de César, que usou o peito na bola.

Rincón igualou o placar e a Lusa acabou eliminada.

Na final, entretanto, disputa entre Corinthians e São Paulo, deu Tricolor, para alegria dos torcedores da Lusa, que ficaram muito revoltados com o argentino.

O argentino Javier Castrilli em maus lençóis com os jogadores da Lusa em 1998… Foto: Reprodução

E você, intenauta?

Gostou da seleção de erros de arbitragem?

Lembrou de mais algum em gramados brasileiros?

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Sobre o autor

Milton Neves é jornalista profissional diplomado, publicitário, empresário, apresentador esportivo de rádio e TV, pioneiro em site esportivo no Brasil, 1º âncora esportivo de mídia eletrônica do país, palestrante gratuito de Faculdades e Universidades, escrivão de polícia aposentado em classe especial, pecuarista, cafeicultor e é empresário também no ramo imobiliário.