Canonizado o Santo VAR nas Igrejas da Bola
O VAR, mesmo com atraso secular, já está firme em campo mundo afora.
"Antes tarde do que nunca", ousa e crava Claudio Scaff Zaidan, genial e criador de inéditas frases rodrigueanas.
Já imaginaram se ele existisse no Brasil pelo menos já em 1951, quando Assis Chateaubriand "inventou" a nossa TV?
Corinthians e Flamengo teriam 71,27% de seus títulos a menos, a Portuguesa vestiria Palmeiras, o Galo seria o Barcelona e a URSS seria nobre como Alemanha, Argentina, Brasil e Itália.
Mas o VAR finalmente nasceu e vai se tornando um belo e raro jogador de futebol.
Já nesta última quarta-feira foi um Ademir da Guia ou um Roberto Dias e logo se tornará Garrincha, Ronaldo, Rivaldo, Romário, Nilton Santos, Carlos Alberto Torres, Zico, Zizinho, Edu-11 e até Pelé.
Em Porto Alegre vimos no 1 a 1 de Grêmio e Flamengo o esplendor de sua atuação e com jogadas maravilhosas que o notável Néstor Pitana soube armar, marcar, passar e decidir.
Que árbitro!
Roberto Goycochea, onde estiver, anda orgulhoso de seu compatriota.
Pitana empatou em eficiência com o goleiro nota 9,07 Diego Alves no elétrico clássico envolvendo tricolores e rubro-negros.
Fosse ainda a era do apito a olho nu, o Mengão teria goleado o time gaúcho devido ao "efeito psicológico devedor do árbitro".
Explico que, historicamente, os juízes sempre tenderam para uma "compensação interior", evitando decisões repetidas para um lado só.
Sim, quem ousaria anular seguidamente três gols do mesmo time que é o politicamente mais forte do Brasil?
Antes, lá atrás, pré-VAR, o árbitro pensaria 10 vezes na base do "já anulei um e não vou anular outro, não!".
Ou então: "Já anulei dois gols e não posso anular o terceiro, sob pena de morrer em campo".
Agora, não, acabou o "complexo de culpa por decisão repetitiva".
E creiam que Néstor Pitana anularia até mais uns cinco gols do Flamengo se o santo VAR assim sinalizasse.
E notaram que não teve briga, que o banco de reservas rubro-negro se comportou como que se estivesse na "missa das 8h" e fanáticos coleguinhas cariocas ficaram quietinhos como que se fossem coroinhas?
O VAR é o novo Santo da Igreja da Bola.
Ele disciplina, inventou o conformismo da derrota, prega a paz, evita brigas, inibe agressões e é uma espécie de hóstia na boca até do mais fanático e inconformado "torcedor prejudicado".
O VAR é o casamento perfeito entre a bola e a justiça e grande inibidor de tanta desavença que já tivemos no futebol.
Mas na Catedral do Futebol precisamos agora é de mais gente como o Padre Néstor Pitana para bem disciplinar os fiéis da igreja, dos estádios e dos bastidores da sacristia.
E chega de "Vigário do Apito"!
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