Furacão na crista da onda e os bons dividendos do merchan para a Globo!
Escrevo de Curitiba-PR.
Aqui, no final de semana, fiz palestra para a Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (AERP).
E, na capital paranaense, senti o entusiasmo absurdo envolvendo a heroica conquista do Athletico na Copa do Brasil.
Esta foi a taça mais importante que o futebol paranaense ganhou, superando os títulos brasileiros do Coritiba, em 1985, e do próprio Furacão, em 2001.
Afinal de contas, para levar o troféu para a Arena da Baixada, o time comandado pelo espetacular Tiago Nunes teve que desbancar "apenas" o milionário Flamengo, o "encardido" Grêmio e o organizadíssimo Internacional.
Incrível!
A empolgação é tão perceptível que Curitiba respira neste momento, como nunca, ares de Rio, São Paulo, Porto Alegre ou Belo Horizonte, as "capitais" de nosso futebol.
A europeia Capital das Araucárias, por tudo que tem representando para o Brasil nos últimos tempos, merecia viver este entusiasmo também com o futebol.
Só falta o Coxa voltar para a Série A.
E a jogada de Marcelo Cirino no segundo gol do Furacão no Beira-Rio?
Um lance simplesmente antológico que até Pelé assinaria.
Os bons Edenílson e Rafael Sóbis estão até agora procurando o iluminado atacante athleticano.
Assim como eu sigo procurando motivos para elogiar Tite, mas está cada dia mais difícil.
Pô, como é que pode tirar dois fundamentais jogadores do líder do Brasileirão de duas difíceis rodadas para reforçar a sua "sele-sono" em amistosos completamente desinteressantes?
E lá em Singapura, do outro lado do mundo!
Tenha dó, Tite…
E insisto no que tenho pregado há tempos: o técnico da seleção está convocando mal, escalando mal e dando a piores entrevistas coletivas da história da bola.
Passou da hora de a CBF começar a "rezar para São Jorge".
Ou seja, buscar Jorge Sampaoli ou Jorge Jesus.
Assim, teremos alguma chance lá no Qatar.
E li nesta semana no blog do jornalista Rodrigo Mattos, meu companheiro no UOL, que a Rede Globo tem visto aumentar a receita obtida com o futebol nos últimos tempos.
Existem vários fatores para este resultado, como a arrecadação com o pay-per-view e com novos produtos (como o fantasy game Cartola FC).
Mas, claro, as novas regras da emissora para ações comerciais nas atrações esportivas foram fundamentais para alavancar o lucro da empresa carioca com o futebol.
Ah, dona Globo, faça as contas agora e perceba os bilhões perdidos com essa história de que "jornalista não pode se envolver em publicidade".
Esse dinheiro não volta mais e está hoje nos cofres da Band, da Record, do SBT e da RedeTV!, emissoras que sempre entenderam que o merchandising é a alma da publicidade.
Custa pouco e tem um retorno absurdamente bom para os anunciantes, muito mais do que filmes caríssimos que são veiculados apenas nos intervalos comerciais.
Bom, demorou um bocado, mas, enfim, a dona Globo aprendeu que "quem não 'milta', se estrumbica".
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