Topo

Milton Neves

Furacão na crista da onda e os bons dividendos do merchan para a Globo!

Milton Neves

20/09/2019 16h52

Escrevo de Curitiba-PR.

Aqui, no final de semana, fiz palestra para a Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (AERP).

E, na capital paranaense, senti o entusiasmo absurdo envolvendo a heroica conquista do Athletico na Copa do Brasil.

Esta foi a taça mais importante que o futebol paranaense ganhou, superando os títulos brasileiros do Coritiba, em 1985, e do próprio Furacão, em 2001.

Afinal de contas, para levar o troféu para a Arena da Baixada, o time comandado pelo espetacular Tiago Nunes teve que desbancar "apenas" o milionário Flamengo, o "encardido" Grêmio e o organizadíssimo Internacional.

Incrível!

A empolgação é tão perceptível que Curitiba respira neste momento, como nunca, ares de Rio, São Paulo, Porto Alegre ou Belo Horizonte, as "capitais" de nosso futebol.

A europeia Capital das Araucárias, por tudo que tem representando para o Brasil nos últimos tempos, merecia viver este entusiasmo também com o futebol.

Só falta o Coxa voltar para a Série A.

E a jogada de Marcelo Cirino no segundo gol do Furacão no Beira-Rio?

Um lance simplesmente antológico que até Pelé assinaria.

Os bons Edenílson e Rafael Sóbis estão até agora procurando o iluminado atacante athleticano.

Assim como eu sigo procurando motivos para elogiar Tite, mas está cada dia mais difícil.

Pô, como é que pode tirar dois fundamentais jogadores do líder do Brasileirão de duas difíceis rodadas para reforçar a sua "sele-sono" em amistosos completamente desinteressantes?

E lá em Singapura, do outro lado do mundo!

Tenha dó, Tite…

E insisto no que tenho pregado há tempos: o técnico da seleção está convocando mal, escalando mal e dando a piores entrevistas coletivas da história da bola.

Passou da hora de a CBF começar a "rezar para São Jorge".

Ou seja, buscar Jorge Sampaoli ou Jorge Jesus.

Assim, teremos alguma chance lá no Qatar.

E li nesta semana no blog do jornalista Rodrigo Mattos, meu companheiro no UOL, que a Rede Globo tem visto aumentar a receita obtida com o futebol nos últimos tempos.

Existem vários fatores para este resultado, como a arrecadação com o pay-per-view e com novos produtos (como o fantasy game Cartola FC).

Mas, claro, as novas regras da emissora para ações comerciais nas atrações esportivas foram fundamentais para alavancar o lucro da empresa carioca com o futebol.

Ah, dona Globo, faça as contas agora e perceba os bilhões perdidos com essa história de que "jornalista não pode se envolver em publicidade".

Esse dinheiro não volta mais e está hoje nos cofres da Band, da Record, do SBT e da RedeTV!, emissoras que sempre entenderam que o merchandising é a alma da publicidade.

Custa pouco e tem um retorno absurdamente bom para os anunciantes, muito mais do que filmes caríssimos que são veiculados apenas nos intervalos comerciais.

Bom, demorou um bocado, mas, enfim, a dona Globo aprendeu que "quem não 'milta', se estrumbica".

Opine!

Sobre o autor

Milton Neves é jornalista profissional diplomado, publicitário, empresário, apresentador esportivo de rádio e TV, pioneiro em site esportivo no Brasil, 1º âncora esportivo de mídia eletrônica do país, palestrante gratuito de Faculdades e Universidades, escrivão de polícia aposentado em classe especial, pecuarista, cafeicultor e é empresário também no ramo imobiliário.