E os "craques" de hoje ainda reclamam dos gramados!
A vida dos craques brasileiros não era fácil há algumas décadas.
As grossas camisas de algodão que já eram pesadas quando estavam secas e ficavam muito mais quando suadas ou embebidas pela chuva, os meiões que precisavam de cadarços para que não arriassem e as chuteiras nada anatômicas e duras.
Somado a isso, os gramados…
Encontrar algum em boas condições, mesmo nas principais cidades brasileiras, não era tarefa fácil.
Não havia a tecnologia de que se dispõe atualmente, com gramas específicas para campos de futebol, drenagem computadorizada e medidas certas de adubos e fertilizantes.
Selecionamos, abaixo, algumas imagens de nosso arquivo, da seção "Que Fim Levou?", das agruras vividas por nossos jogadores,durante treinos e jogos, duelando contra muita poeira e até touceiras…
Canindé no começo dos anos 50. Era possível tropeçar na grama, cravejada de touceiras… Da esquerda para a direita: o goleiro Muca, Oswaldinho, um jogador não identificado e Nena (com a bola)
Treino puxado no Parque São Jorge nos anos 50, no judiado gramado da Fazendinha. Na fileira de trás, pela ordem: Colombo, Roberto Belangero, Cláudio (o Gerente), dois jogadores não identificados e Souzinha. Na fileira da frente: Nardo, Gylmar (com camisa de jogador de linha), Idário, Julião, Constantino, Ciciá, Diogo e jogador não identificado. Repare que muitos jogadores estão sem meiões. Colaborou, identificando os craques do Timão, o saudoso corintiano Waldemar Micheletti
Dois momentos de Dino Sani. Ainda garoto, com suas chuteiras quase encobertas pelo mato, em dia de treino no Parque Antártica. Depois, já veterano, Dino Sani como capitão do Corinthians, ao lado de Djalma Santos, enquanto Romualdo Arppi Filho examina a moeda para verificar quem ganhou o sorteio antes do confronto entre Corinthians e Palmeiras no Pacaembu lotado. A grama estava bem rala na ocasião…
Benedito Ruy Barbosa, então repórter, ao lado do treinador Oswaldo Brandão e do lateral-esquerdo Riberto, no gramado aparentemente queimado do Morumbi em 1963, em uma pausa de treino do São Paulo. Outra coisa: reparem no solado do tênis de Riberto, "careca"
Grama, Que nada… Terra batida no Estádio de Machado-MG em 1958, ocasião em que o Botafogo-RJ foi ao Sul de Minas enfrentar o Machadense e vencer por 7 a 1. Da esquerda para a direita: Zagallo, Armando Nogueira, Garrincha, Oldemário Touguinhó e Didi. O barranco do acanhado estádio ficou lotado, com enorme público testemunhando os craques do timaço carioca
Não era apenas no Brasil que os gramados não ajudavam… Aqui, em 1962, Pelé faz embaixadinhas em um campo bem esburacado no Chile, país sede do Mundial daquele ano, vencido pela seleção canarinho
Outra de Pelé, esta no Pacaembu, no começo dos anos 70. A chuva já havia parado no Pacaembu, mas a péssima drenagem mantinha enormes poças d´água. Atrás, à direita, o lateral-esquerdo Turcão
É bem possível que depois da conversa com membro da comissão técnica da Lusa o goleiro Félix tenha colocado joelheiras para se proteger do irregular gramado do Canindé, nos anos 60…
Nem mesmo em 1989 nossos craques escaparam de gramados ruins… No Morumbi, encontro entre Zico e Roberto Dinamite (então na Lusa)
Outros tempos… Milton Neves beija o gramado impecável da Arena Corinthians, em Itaquera, no dia 11 de maio de 2014. Fotos: Reprodução/Band
Vale a pergunta: quanto nossos craques de ontem poderiam ter rendido mais se tivessem jogado nas "mesas de sinuca" de hoje em dia? E também com bolas melhores, uniformes mais leves e chuteiras levíssimas…
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