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Milton Neves

O pênalti do André: culpa do Tite!

Milton Neves

07/05/2016 10h01

Andre-Foto-UOLFoto: UOL

Maracanã, dia 16 de novembro de 1963!

O jogo estava em 0 a 0 entre Santos e Milan.

Era a "negra" da maior decisão de todos os Mundiais de Clubes.

Maior, disparada!

Em Milão deu Milan 4 a 2 com o árbitro anulando um gol legal de Coutinho quando estava só 3 a 2 para o time italiano.

"Era 3 a 3 e anularam o gol mais bonito que fiz em minha vida. Foi de puxeta, quase uma bicicleta", contou-me outro dia o maior 9 da história na Rádio Bandeirantes.

E completou: "Foi igualzinho aquele gol legal da Espanha em 1962 contra nós na Copa do Chile. O gol deles foi supernormal. Eu era do elenco e estava lá no Estádio Nacional e vi claramente. O Brasil teria sido eliminado".

Estão vendo como foi sim o Santos o grande prejudicado naquela épica decisão de três jogos contra a seleção do Milan?

Pois no Maracanã, na terceira partida, só se fala que o árbitro Juan Brozzi ajudou o Santos e inventou aquele pênalti do saudoso Maldini no igualmente falecido Almir Pernambuquinho.

Ora, o líbero italiano, pai do grande Paolo Maldini, com a perna no alto, quase arrancou a cabeça de Almir na área e o pênalti escandaloso teve precisa marcação!

Mas o mais importante de tudo foi a cobrança da chamada penalidade máxima.

Foi algo emblemático que treinadores e batedores de pênalti de hoje ainda não sacaram.

No gol estava Barluzzi, o terceiro goleiro italiano.

O primeiro, Ghezzi, já falecido, foi sacado pelo técnico Luis Carniglia após os 4 a 2 de virada e os dois canhões de Pepe.

O segundo, Balzarini, Almir quebrou numa dividida e foi substituído.

O próprio Barluzzi, o terceiro, também foi "chargeado" pelo irrequieto Almir e jogou o resto da decisão com uma atadura branca amarrada na cabeça.

Mas vamos à cobrança do pênalti com "200 milhões" de torcedores no Maracanã e TV em branco e preto pela TV Tupi, Canal 4.

Leia e aprenda, André!

Leiam e aprendam, treinadores!

Leiam e aprendam, batedores de pênaltis!

Leiam e tenham remorso todos vocês que tanto bateram pênaltis no maior adiantador do mundo, o Rogério Ceni.

Sabem o que fez o lateral Dalmo ao correr para a bola e chutar contra a meta italiana?

Simplesmente correu e… refugou!

Isso mesmo, refugou, "pulando" a bola!

É que o goleiro Barluzzi deu escandalosa adiantada e Dalmo, malandro, inteligente e experiente, não encostou na bola e sinalizou a infração ao árbitro.

Nascia ali o "rogerioceniamento do pênalti".

E depois da "admoestação" de Juan Brozzi, na segunda cobrança, Barluzzi ficou quietinho no gol pisando na risca, Dalmo correu, bateu e converteu, mas com o italiano quase pegando, encostando na bola.

Moral da história, senhores Tite, Dunga, Dorival, Fernando Diniz, Guardiola, Cuca, Mourinho e Simeone: treinem, sim, cobranças de pênaltis, mas instruam seus cobradores que, se o goleiro muito se adiantar, basta refugar.

E cobrar de novo com o goleiro já "veiaco" que não poderá mais uma vez "rogerioceniar".

É o que deveria ter feito o assustado corintiano André na última quarta-feira contra o Nacional.

Ele deu uma ridícula "paradona", o goleirão Conde se adiantou "um quilometro" e André atrasou a bola para o uruguaio no canto errado porque olhava para o chão.

Aí, o Timão fez a quina sendo eliminado pela quinta vez em seu belo estádio, a Arena de maior pé frio do mundo!

Alô, Dalmo, aí no céu, desça e venha ensinar a esses batedores inseguros que pênalti não é um bicho de 1.910 cabeças.

Basta treinar, ter tranquilidade e saber que o goleiro tem só 0,87% de chances de defender.

Sem se adiantar, viu Tite?

OPINE!!!

Sobre o autor

Milton Neves é jornalista profissional diplomado, publicitário, empresário, apresentador esportivo de rádio e TV, pioneiro em site esportivo no Brasil, 1º âncora esportivo de mídia eletrônica do país, palestrante gratuito de Faculdades e Universidades, escrivão de polícia aposentado em classe especial, pecuarista, cafeicultor e é empresário também no ramo imobiliário.