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Milton Neves

Outubro de Pelé terminou com mortes na bola e festa do Timão

Milton Neves

31/10/2015 09h43

pdt_img_121879Seria uma guerra estivessem próximos Galo e Gavião.

Gavião voa muitíssimo melhor, mas o Galo manda em seu terreiro.

A provável vitória do Atlético-MG seria uma espécie de desagravo, nunca marco de arrancada rumo um título impossível.

Não creio em clima hostil em Belo Horizonte.

O Timão sabe que já é campeão.

O Galo sabe que já está na Libertadores e que tirar o título do Corinthians é mais difícil do que foi para o santo Victor pegar aquele pênalti cobrado pelo Riascos do Tijuana-MEX nas quartas de final da Libertadores-2013.

Houvesse mata-mata dos oito melhores, este clássico de campeões deste domingo seria até um nobre amistoso.

Jemerson e Elias são sérios desfalques e o ótimo Cássio está meio baleado.

Só que Walter é tão bom quanto, se não for até melhor.

Que o apito e a canhota do careca Héber Roberto Lopes não deixem ninguém de cabelo em pé ao distribuir tanto cartão, sua especialidade.

O Brasileirão acaba neste domingo com qualquer resultado.

Mesmo perdendo, o Timão livra-se de seu único jogo realmente difícil nesta reta de chegada.

Tanto que, no sábado que vem, o Coritiba estará perdendo em Itaquera.

Coritiba que, ao lado do Vasco, Goiás e de três times de Santa Catarina, está ameaçado de morte.

Morte que, neste nobre mês da vida de Pelé, Maradona e Garrincha, nos tirou o ex-lateral Wilson Campos (jogou com Sócrates no Botafogo-SP), o ex-árbitro Nilson Cardozo Bilha e o antigo goleiro corintiano Barbosinha.

Wilson que virou Campos quando no Santos chegou o goleiro Wilson da Ponte Preta, imediatamente batizado de Wilson Quiqueto.

Nilson Cardozo Bilha foi nome marcante do apito paulista nos anos 70 e 80 e era também dentista e advogado.

E Barbosinha, o Lourival de Almeida Filho, morreu triste e esquecido aos 74 anos em São Paulo.

Nunca se conformou com as desconfianças geradas por sua atuação naquele nervoso Palmeiras 2 x 0 Corinthians no Pacaembu, em 1967.

Vindo dos juvenis do Parque São Jorge, a grande esperança corintiana para a meta tomou dois gols de falta do saudoso gaúcho Tupãzinho e foi transferido para o Atlético-PR.

Este jogo sempre mostro no "Gol, o Grande Momento do Futebol" da Band e as cobranças de Tupã me parecem perfeitas.

E, como desde 1978 na Rádio Jovem Pan, tenho feito na Rádio Bandeirantes longas e deliciosas entrevistas-memória.

Outro dia falei pela primeira vez na vida com o "bíblico" zagueiro Alex, do América-RJ.

O filho de ucranianos nascido em Hannover, na então Alemanha Ocidental, que mora hoje em Canoas-RS, anda inconformado.

Fez quase 700 jogos na carreira, nunca foi expulso e ganhou o lamentavelmente extinto "Belfort Duarte".

E quem conseguiu como ele o diploma do "Prêmio da Disciplina", também ganhou o direito de entrar gratuitamente em qualquer estádio de futebol do Brasil até o fim da vida.

Pois não é que ele foi barrado outro dia na entrada do Maracanã?

"Senhorzinho, esta carteira não vale mais nada", ouviu de um porteiro que mal olhou seu rosto.

"Mas entrei como idoso e revi o Maracanã onde, em um Fla-Flu, Ayrton Vieira de Morais, o Sansão, parou o jogo e encerrou sua carreira aos 30 minutos do segundo tempo tirando no gramado sua camisa de árbitro. E não é que por debaixo ele vestia, como homenagem, a minha camisa 3 do América?", contou quase chorando.

E é de chorar de raiva que um "fiscal" não respeite a história do futebol e o direito adquirido de um ex-atleta exemplar.

Exemplar como foi o campeão Corinthians neste Brasileirão de 2015, mesmo tão ajudado pelo apito amigo nos jogos contra o São Paulo, Avaí em Santa Catarina, Sport e Flu em Itaquera.

Foto: Placar

Sobre o autor

Milton Neves é jornalista profissional diplomado, publicitário, empresário, apresentador esportivo de rádio e TV, pioneiro em site esportivo no Brasil, 1º âncora esportivo de mídia eletrônica do país, palestrante gratuito de Faculdades e Universidades, escrivão de polícia aposentado em classe especial, pecuarista, cafeicultor e é empresário também no ramo imobiliário.