Três letrinhas da bola: grande FBI enquadra Fifa e pequena DIS dá luz ao "caso Neymar"
Não se escandalizem.
Ninguém está querendo comparar uma instituição de reconhecimento mundial com insignificante empresa paulistana do mundinho da bola.
Trata-se apenas da coincidência de três letras em suas denominações.
Mas enquanto o notável FBI segue caçando os "Al Capones" da vida, de ontem e de hoje, e pela primeira vez no futebol, a minúscula DIS deu um bom exemplo de dignidade que anda passando batido nas análises sobre os escuros caminhos das negociações de jogadores.
A DIS não aceitou em 2014, quando tudo começou a vir à tona, 5 milhões de euros "por fora" para ela esquecer "esse negócio de processo" do "caso Neymar".
A oferta foi do empresário André Cury ao advogado Roberto Moreno, da DIS, na presença de José Barral, presidente do Grupo Sonda, com Cury dizendo falar em nome de "interessados".
Mas ressalte-se, Cury nunca foi figura estranha às negociações, por ser legítimo representante do Barcelona.
A informação é de Roberto Moreno, mas, Delcir Sonda, dono da DIS, disse não à proposta, (fora do pagamento oficial via Santos Futebol Clube) preferindo a transparência da justa, caríssima, lenta, dura e até então improvável luta internacional via Poder Judiciário do Brasil e da Espanha.
E o resultado está aí: magistrado espanhol aceitou as ações cíveis e criminais em decisão que talvez já resvale no mérito.
Sim, e todos da imprensa esportiva não se cansam de criticar, com razão, os cartolas, as organizadas, a CBF, a violência nos estádios, os gulosos "empresários-intermediários de passes" e a não transparência das negociações?
Pois, hoje com ações cíveis e criminais aceitas pela Justiça espanhola, este "caso Neymar" transcende, transborda e ultrapassa os limites isolados da pugna envolvendo pai de Neymar x DIS.
Este fato, a ser bem comemorado, jogou luz pela primeira vez nesta relação atualmente tão espúria envolvendo clubes, empresários, jogadores e agentes Fifa.
Sim, já são nove réus: Santos, Barcelona, Bartomeu, Rosell, NN Consultoria, Neymar pai, Neymar Jr., Laor e Odílio.
Mas o cerne da questão envolve o pai do craque e a DIS.
Foi justamente ele a oferecer à empresa e a vender os únicos 40% que o filho tinha por 5 milhões de reais, no início de 2009.
À época, Neymar era apenas uma bela promessa de craque.
E 500 mil reais levou de comissão Wagner Ribeiro, o sempre presente.
Por contrato, Ribeiro tinha que defender a empresa lutando para expor e valorizar o craque e, óbvio, fazer o investimento dar lucro para quem o pagou em 10 prestações de 50 mil reais.
Algumas em dinheiro vivo porque alegou estar em processo de separação judicial-matrimonial.
Mas, em relação ao contrato, fez justamente o contrário.
Foi, ao lado de André Cury e de Marcos Malaquias, um dos "juristas" a ajudar a arquitetar com Neymar pai a tal nebulosa engenharia financeira, hoje sob rigorosa análise da Justiça espanhola.
Sustenta a DIS que tudo foi feito para fugir e evitar ao máximo possível, em euros, os 40% da empresa.
Mas esse é o negócio de Wagner Ribeiro: vender, vender e vender.
E participar.
Mas, enfim, não interessa, e a mim pouco importa, quem será o vencedor desta dura parada, sendo a DIS ou o pai de Neymar.
Ou se Barcelona e seus presidentes, Santos, Laor, Odílio, NN Consultoria e Neymares têm culpa no cartório ou não.
O importante é que um lado, o do investidor tão prejudicado quanto o Santos FC dos dóceis e não lutadores Laor e Odílio, merece cumprimentos por ignorar o famoso "por fora" de nosso país e lutar pelos seus direitos via Poder Judiciário.
Aliás, no caso, tão lento no Brasil e tão rápido na Espanha.
E por que, Neymar pai, você querer ganhar tanto dinheiro tão rapidamente prejudicando seus legítimos sócios, Santos e DIS?
Ora, seu filho gênio, honesta e merecidamente, ainda é "pobre" diante do que ganhará como melhor do mundo, nos próximos 15 anos.
Você já pensou nisso?
Agora aguenta e vá sentar lá no banco dos réus de Madrid e ao lado de seu filho que hoje não é mais só seu, mas de todo o Brasil.
E esse rolo todo deve estar infernizando a cabeça desse belo rapaz que você, Dondinho II, e dona Nadine, a Celeste II, colocaram no mundo, para nossa felicidade.
Valeu a pena aquela "esperteza"?
Ou este sofrimento?
E agora?
Bem feito!
CLIQUE NO TÍTULO ABAIXO E LEIA A DECISÃO DA JUSTIÇA ESPANHOLA
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