Bambi, Gambá, Porco, Urubu, Maria... Você vê maldade nos apelidos do mundo do futebol? O politicamente correto está acabando com a graça do esporte bretão?
Por Igor Assunção (@Igortep), repórter da Rádio 98FM, líder em audiência no público jovem em Belo Horizonte
Acompanho, de longe, a polêmica envolvendo a última coluna do jornalista Fred Melo Paiva, do jornal Estado de Minas e portal Superesportes (Clique aqui e leia).
Fred sempre tem ótimos textos, mas nem sempre a gente consegue colocar no papel (ou na tela do computador) exatamente o que queremos passar, especialmente quando tocamos em pontos considerados polêmicos na sociedade. A essência do texto, pelo que entendi, é ser contrário ao politicamente correto. E polêmicas e exageros à parte, concordo com o Fred.
O politicamente correto está querendo deixar o futebol um verdadeiro saco. O jogador não pode mais comemorar tirando sarro com o rival que toma cartão amarelo. Se Tardelli, nosso "matador", comemora com metralhadora ele está incitando a violência. O maldito "fair play" serve mais para o adversário fazer cera do que para amenizar uma situação de lesão, mas os jogadores são obrigados moralmente a jogar a bola de lado em um lance de contra-ataque, ou a devolver uma bola mesmo quando, nitidamente, o camarada do chão só queria ganhar tempo. Se não o fazem, coitados, são alvos de polêmicas a semana inteira. Se bobear, são até punidos por tribunais, como o caso do brasileiro Luiz Adriano, na vitória do Shaktar sobre o Nordsjaelland. O jornalista tem que esconder seu time sob pena de uma hora para outra seu trabalho, sempre imparcial, tornar-se tendencioso. E por aí vai.
Ora, gente, vamos falar sério. Alguém vai falar que o atleticano é homofóbico porque chama o cruzeirense de Maria, de meninas, de bicharada e outros adjetivos na arquibancada? Alguém vai chamar o cruzeirense de racista ou elitista por chamar o atleticano preto, favelado ou cachorrada na arquibancada? Vamos com calma. O Atleticano já até canta, com orgulho, "time de preto, de favelado, mas quando joga o Mineirão fica lotado". O cruzeirense virou racista por isso?
E ai de quem falar que nunca gritou "empurra as bichas" na arquibancada do Mineirão quando, como sempre, pegávamos mais espaço no estádio por sermos a maioria. Essa pessoa é homofóbica? Ah, vá…
Vamos ao conceito de "Arena", tão em voga nos dias de hoje. Nas "Arenas" romanas, o espetáculo era entre gladiadores, que se enfrentavam até a morte. Ou seja, uma batalha onde valia tudo. No estádio, qual é o conceito de "valer tudo"?
Na arquibancada, além de bandeiras, tambores, faixas e coreografias, tem o mais importante que são os gritos dos torcedores se enfrentando, querendo músicas mais bonitas, que "peguem" mais, que atinjam o torcedor rival de maneira mais profunda. Em campo, a busca pela vitória, pelo jogo bonito, pela marcação eficiente, a desestabilização do adversário. Isso é o futebol. Não queiram transformar o esporte mais legal do mundo em uma batalha de enxadristas, pelo amor de Deus.
E você, amigo internauta, vê maldade nos apelidos do mundo do futebol?
E o politicamente correto, pode acabar um pouco com a graça do nosso esporte bretão?
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