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Milton Neves

O mar chora por não banhar Minas Gerais

Milton Neves

02/02/2013 11h17

Escrevo de Belo Horizonte.

Na capital de meu estado vi o lançamento da nova camisa Galo-Lupo.

Fui "coroinha" no casamento de Alexandre Kalil, do Galo, com Valquírio Cabral Ferreira Junior, da Lupo

A empresa de Araraquara, hoje uma gigante têxtil do Brasil, conseguiu vestir o primeiro time grande desde que criou seu braço esportivo.

Ronaldo Fenômeno, mentor do casamento entre mineiros e araraquarenses, não compareceu.

Muito pressionado pela "parte azul" de Minas, evitou constrangimentos por ter sido revelado pelo Cruzeiro e preferiu privilegiar o lançamento da nova camisa da Seleção Brasileira

E o Mineirão está lindo.

Reinaugurado pela presidente Dilma, como fez com o Castelão em Fortaleza, o estádio Magalhães Pinto é um orgulho de Minas Gerais.

O governador Anastasia me convidou para a reabertura do Mineirão, em dezembro.

Assim como Ronaldo, sexta-feira, "declinei" do convite porque "estou bravo" com o governador, pois ele não asfalta a parte mineira da Rodovia "Carmen Fernandes Neves" que liga São Paulo a Minas, de Caconde a Muzambinho, uma promessa de Getúlio Vargas, em 1953, quando inaugurou a Escola Agrotécnica de minha cidade.

Com chapéu, Getúlio Vargas, então Presidente da República, na inauguração da Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho, em 22 de novembro de 1953

A parte paulista Geraldo Alckmin concluiu, mas o trecho mineiro ainda está entregue aos mataburros, buracos, terra, capim e abandono.

Diferentemente do espetacular Mineirão, inaugurado no dia 5 de setembro de 1965 com Seleção Mineira 1 (gol de Buglê) x 0 River Plate da Argentina.

No 0 a 0 o goleiro Fábio, ex-São Paulo, em 1966, pegou um pênalti cobrado por Sarnari.

Já em 7 de setembro de 1965 tivemos o épico Palmeiras-CBD 3×0 Seleção do Uruguai.

Na época em que a camisa da seleção brasileira era muito melhor honrada, o Palmeiras foi o primeiro time a vestir sozinho o manto sagrado eternizado por Pelé e Garrincha.

E o "Mineirão" inventou também o aumentativo para os nomes ou apelidos de quase todos os estádios do Brasil.

Depois dele vieram o "Morenão", o "Mundão do Arruda", o "Pelezão", o "Garrinchão" ou "Candangão", "Castelão" e etc.

E estão sendo erguidos o "Capixabão" pelo Rio Branco-ES, o "Jarbão" de Guaxupé-MG e, segundo os jornalistas Rica Perrone, Eduardo Barão e Alex Müller, logo teremos o "Lonjão", mais conhecido hoje como "Itaquerão" ou "Fielzão".

Portanto, aí está mais uma contribuição de Minas Gerais para o Brasil, além de Juscelino Kubitschek, Dilma Rousseff, José Alencar, Santos Dumont, Itamar Franco, Chico Xavier, Grande Otelo, Pelé, Tostão, Reinaldo, vovô Tancredo, Pedro Nava, Telê, Miltons Nascimento e Gonçalves, Roberto Drummond, Carlos Drummond de Andrade, Mário Américo, Tiradentes, Ziraldo, Aleijadinho e etc.

E bota "etc" nisso.

Minas só não tem mar.

Azar do mar.


 

Sobre o autor

Milton Neves é jornalista profissional diplomado, publicitário, empresário, apresentador esportivo de rádio e TV, pioneiro em site esportivo no Brasil, 1º âncora esportivo de mídia eletrônica do país, palestrante gratuito de Faculdades e Universidades, escrivão de polícia aposentado em classe especial, pecuarista, cafeicultor e é empresário também no ramo imobiliário.