O mar chora por não banhar Minas Gerais
Escrevo de Belo Horizonte.
Na capital de meu estado vi o lançamento da nova camisa Galo-Lupo.
Fui "coroinha" no casamento de Alexandre Kalil, do Galo, com Valquírio Cabral Ferreira Junior, da Lupo
A empresa de Araraquara, hoje uma gigante têxtil do Brasil, conseguiu vestir o primeiro time grande desde que criou seu braço esportivo.
Ronaldo Fenômeno, mentor do casamento entre mineiros e araraquarenses, não compareceu.
Muito pressionado pela "parte azul" de Minas, evitou constrangimentos por ter sido revelado pelo Cruzeiro e preferiu privilegiar o lançamento da nova camisa da Seleção Brasileira
E o Mineirão está lindo.
Reinaugurado pela presidente Dilma, como fez com o Castelão em Fortaleza, o estádio Magalhães Pinto é um orgulho de Minas Gerais.
O governador Anastasia me convidou para a reabertura do Mineirão, em dezembro.
Assim como Ronaldo, sexta-feira, "declinei" do convite porque "estou bravo" com o governador, pois ele não asfalta a parte mineira da Rodovia "Carmen Fernandes Neves" que liga São Paulo a Minas, de Caconde a Muzambinho, uma promessa de Getúlio Vargas, em 1953, quando inaugurou a Escola Agrotécnica de minha cidade.
Com chapéu, Getúlio Vargas, então Presidente da República, na inauguração da Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho, em 22 de novembro de 1953
A parte paulista Geraldo Alckmin concluiu, mas o trecho mineiro ainda está entregue aos mataburros, buracos, terra, capim e abandono.
Diferentemente do espetacular Mineirão, inaugurado no dia 5 de setembro de 1965 com Seleção Mineira 1 (gol de Buglê) x 0 River Plate da Argentina.
No 0 a 0 o goleiro Fábio, ex-São Paulo, em 1966, pegou um pênalti cobrado por Sarnari.
Já em 7 de setembro de 1965 tivemos o épico Palmeiras-CBD 3×0 Seleção do Uruguai.
Na época em que a camisa da seleção brasileira era muito melhor honrada, o Palmeiras foi o primeiro time a vestir sozinho o manto sagrado eternizado por Pelé e Garrincha.
E o "Mineirão" inventou também o aumentativo para os nomes ou apelidos de quase todos os estádios do Brasil.
Depois dele vieram o "Morenão", o "Mundão do Arruda", o "Pelezão", o "Garrinchão" ou "Candangão", "Castelão" e etc.
E estão sendo erguidos o "Capixabão" pelo Rio Branco-ES, o "Jarbão" de Guaxupé-MG e, segundo os jornalistas Rica Perrone, Eduardo Barão e Alex Müller, logo teremos o "Lonjão", mais conhecido hoje como "Itaquerão" ou "Fielzão".
Portanto, aí está mais uma contribuição de Minas Gerais para o Brasil, além de Juscelino Kubitschek, Dilma Rousseff, José Alencar, Santos Dumont, Itamar Franco, Chico Xavier, Grande Otelo, Pelé, Tostão, Reinaldo, vovô Tancredo, Pedro Nava, Telê, Miltons Nascimento e Gonçalves, Roberto Drummond, Carlos Drummond de Andrade, Mário Américo, Tiradentes, Ziraldo, Aleijadinho e etc.
E bota "etc" nisso.
Minas só não tem mar.
Azar do mar.
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