Ronaldinho Gaúcho 2010, o Pelé de 1970?
Não pensem que enlouqueci, afinal no futebol nada se compara a Pelé, em sã consciência.
Pois não é que acho que encontrei um referencial que não agride o sacrilégio que é colocar o Rei em qualquer patamar comparativo?
E que pode abrir a cabeça do Dunga, ouso prever.
Acompanhe.
Em 69, João Saldanha não chamou Pelé de "cego"?
Na verdade, o chamou de "míope", o que logo foi transformado em cegueira. Justo o Pelé, que nasceu com três olhos, um na nuca.
Mais ou menos como Charles De Gaulle que nunca disse que o Brasil não era um país sério. Ninguém ouviu, ninguém provou, nunca se perguntou isso ao saudoso francês e a suposição virou eterna verdade.
Com Pelé e Saldanha foi a mesma coisa: a miopia virou cegueira e mais tarde até Zagallo inventou de colocar Pelé no banco, algo de que ele nunca se lembra em suas façanhas narradas e repetidas, merecidamente.
E nem gosta de lembrar dos nomes dos dois jornalistas que tanto "o perseguiram" provocando aquele seu célebre "Vocês vão ter que me engolir"!!!
Pois saibam que um deles sou e fui eu. O outro não interessa, porque sempre foi e é contra tudo mesmo, por imperiosa necessidade e arma única de sobrevivência.
E Zagallo omite meu nome por achar que isso me prejudicaria pela gratidão que tem por mim, pela Band e pelo SuperTécnico que lhe deram mais cinco anos de sobrevivência profissional.
Bobagem, ele (e Felipão) fez por mim ao me emplacar como apresentador de TV muito mais do que involuntariamente fiz por ele, uma lenda e pilar do conceitual SuperTécnico (1999-2001).
Ficamos amigos, muito amigos, em convivência quase que dominical, por três anos.
E por que a bronca dele comigo à época? Quem não se lembra do "Zagallo é uma máquina de escrever e Luxemburgo um computador de última geração"?
A frase saiu por todos os lados, até em VEJA e isso muito o magoou.
Mas, e daí? E o Ronaldinho-2010 e o Pelé-1970?
Daí, que o Rei brilhou pela metade em 58 mesmo menino, machucou-se em 62 ganhando um título como torcedor, fracassou como todo o time em 66, Eusébio, um Ademar Pantera com grife, foi proclamado "o Novo Rei do Futebol" e 1970 tornou-se uma obsessão para Pelé como é a Libertadores para o Corinthians, em 2010.
O que ele fez? O que fez o Rei?
Preparou-se como nunca, sabia que era sua última Copa, livrou-se pela primeira e única vez de seu topete – como ninguém notou isso até hoje? – e gritou para si no silêncio dos que sabem: "Eles vão ter que me engolir"!
E engoliu tudo: Saldanha, os urubus que o cegaram e o destronaram, os adoradores oportunistas de Eusébio, a seleção da Inglaterra que ganhou seu único título na marra, os violentos uruguaios e os cansados italianos da final.
Pois bem, senhores, estou vendo Ronaldinho Gaúcho em situação parecida, bem parecida, em patamares distintos de talento, obviamente.
Melhor do mundo e de tudo nestes últimos anos, Ronaldinho Gaúcho virou um gênio maldito, criticado, esnobado, desacreditado e baladeiro.
Ora, se balada cortasse craque para uma Copa, o garantidíssimo Adriano não participaria nem do Campeonato Carioca de Aspirantes. Ou estou errado?
Então, Dunga, convoque o seu compatriota Ronaldinho!
Ele está jogando muito, mesmo em um time ruim, está ferido e maluco para mostrar que hoje é um guerreiro louco para fazer engolir tudo o que dele falam e falaram.
Convoque o Ronaldinho, Dunga, ele tem hoje a mesma vontade, volúpia e necessidade de arrebentar em sua última Copa como Pelé em 1970!!!
E com mais uma vantagem: como Pelé em 70 – obviamente o melhor de todos no Brasil e no mundo -, Ronaldinho Gaúcho é hoje o melhor jogador brasileiro em atividade em qualquer país do planeta.
Nenhum dos seus 23 preferidos, Dunga, sequer passa perto de Ronaldinho Gaúcho, talento por talento.
Que seus 22 se adaptem ao talento, magia e merecimento de nosso único gênio atual.
A bola está com você, Dunga!
Ou você prefere a máquina de escrever ao computador?













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